Jose A. Neves Aquino

29 de jul de 20215 min

A historia do cristianismo em "3 D"

Do cristianismo aos cristianiamos na história

Introdução ​

A história não é um monólogo das forças econômicas, relembradas e narradas sob a óptica de um único um sujeito individual ou coletivo. A história é, sobretudo, um diálogo de diversas forças internas e externas que permeiam a mente do sujeito que busca dos anais de sua memória individual, comunitária, isto é, coletiva as ideias e fatos que foram formados pelas feitos e consciência humana. ​

A HISTÓRIA FOI MARCADA POR ALGOZES, MESMO OS ALGOZES NÃO FORAM VISTOS COMO VILÕES, MAS HEROIS, OU MOCINHOS.

Isto porque a história é sempre narrada sob diferentes perspectivas, quer no presente ou passado, por força cognitiva ou das tradições que nos direciona, a história será sempre apresentada com diferentes versões, pois, o homem é, em seu presente histórico um “ser ai”e “ser com”, é nesta relação, na facticidade histórica que inicia-se a construção de todo saber e que, ali é obstado por sua pré-compreensão, pré-conceito e pré-juizo.(Cf.Heidegger)

Estes três prés são os principais responsáveis pelas diferentes interpretações que conferimos a história. A hermenêutica da compreensão, não se limita a métodos, porque, a objetividade da verdade histórica que se busca reconstruir terá sempre novas faces, a história poderá ser narrada pelo mesmo sujeito e mesmo assim, não apresentar a mesma versão. ​

i Fenomelogia e Misticismo na História ​

Existe um misticismo histórico, a história é circular, o passado, presente e futuro pode ser uma reprise, numa versão mais moderna. A história dos vencedores nas palavras de Walter Benjamim, é capaz de ditar o passado como verdadeiro, através de seus argumentos políticos e chegando até a ditar como históricos alguns fatos míticos. Seria então possível encontrar outra história, capaz de ajudar a entender melhor este presente em que estou?

Uma história que se encontra na censura da história de longa duração? Poderia haver narrações capazes de fazer essa censura? ​ Se memória e história encontram-se sem fronteiras, a censura será o corte na linha do tempo capaz de provocar o instante já que traz ao presente novo passado em que outra história é percebida. ​

1 Do Cristianismo aos "cristianismos" ​

Os protestantes sempre criticaram os católicos pela prática de idolatria. Entretanto, conscientes praticam a "Simbololatria" judaica. Que o cristianismo protestante nunca teve identidade, isso é inegável.

O cristianismo que analisa-se aqui, é o movimento que surge como um ato de antijudaicidade, isto é, ataques e perseguições aos primeiros seguidores de Yeshua'ah, promovido por Inácio, (68-107,d.C), aliado com o imperador Adriano: do século I ao início do século IV d.C., os Netsarim difunde-se em diversas províncias romanas, tornado-se o movimento popular que mantinha os ensinamentos dos apóstolos. Entretanto, com a divisão, um segundo movimento caminha junto, uma vertente do "cristianismo", que mais tarde será oficialmente denominado como cristianismo, religião oficial do Império Romano. Constantino reconhece, e Teódosio oficializa.

Não se pode dá preponderância demasiada a hegemonia do cristianismo, ante a hoterogenizacão de um sistema faccioso e divisível quanto as crenças e dogmas. ​ É lamentável que chamem o denominacionalismo de fenômeno espiritual, quando evidencia-se tratar de um fenômeno social político-religioso.

2 ​ Do Século II até o século V, tem-se um cristianismo opressor e antijudaico

Uma religião de império e exclusivamente greco-romana, engendrada em sicretismos e cismas.1 Do Século VI ao X pré-capitalista, com alta concentração de poder no clero. Um cristianismo instrumental a serviço da elite clerical e burguesia greco-romana e que oprimia o feudo judaico. Do XI ao XV o cristianismo torna-se um Estado Cívil, porém, controlado pelo império. Fisco, impostos, alta tributação, aversivo a etnia hebraica. Do Século XVI ao Século XIX o cristianismo cria sua segunda vertente. O protestantismo Reformador. Perseguições aos próprios cristãos e judeus , leis de cerceamento a liberdade, fé.1

3 O protestantismo como religião civil

O protestantismo Calvinista cria para o Estado e religião Cívil, o "capitalismo teológico", sem a ética do trabalho e responsabilidade do Estado e religião Cívil, que apenas concentravam a arrecadação às elites. Para ampliar e manter o controle econômico o calvinismo e luteranismo se opõem aos judeus que possuíam a maior parte das terras e eram os grandes banqueiros. Com isso inicia-se o antissemitismo.2

O protestantismo opressor se fortalece, assim, aprimora o capitalismo, porém, aplicando apenas a Religião Cívil, dá ao nome deste novo capitalismo , de TEOLOGIA DA PROSPERIDADE, com fundamento na doutrina da PREDESTINAÇÃO. ​ No Século XIX a Religião Cívil e Estado exigem a conversão dos judeus em troca da cidadania CRISTÃ, não era uma questão de nacionalidade, mas de identidade civil religiosa, a renúncia à fé.

O Protestantismo anarcosocialista, a união entre protestantes e judeus influenciados pelo judeu Karl Marx contra o capitalismo.3

Com a Revolução alemã e francesa, o protestantismo cria sua terceira vertente. O denominacionalismo. Movimentos cristão criados por líderes que não se sujeitavam a certas práticas e crenças da Religião Cívil.

Com o surgimento de diversos movimentos , o denominacionalismo passar a ser um protestantismo alternativo, atende todos os tipos de gostos e fé: o denominacionalismo cria uma extensão; pentecostalismo, presbiterianismo, Wesleyanismo , batitismo, russelismo, valdensianismo, neopentecostalismo e todos os tipos de ISMOS. ​

No XXI o cristianismo conentra-se dentro de um Estado Laico, tornar-se de fato a Religião majoritária e oficial, entretanto , com o pluralismo, diversidade e novas tendências da modernidade, o cristianismo passa a ser um movimento religioso secular e intransigente, lutando para não se tornar ECUMÊNICO. ​ Diferente do isalamismo , judaismo e induísmo, o cristianismo é intransigente, sem identidade, corpus teológicos distintos, dogmas e crenças, costumes e doutrinas, além de não possuir uma única tradução da Bíblia, causando acirrados debates sobre 'qual é o texto original'?4

O historiador Eusébio de Cesaréia, no século III, registrou sobre as práticas de aduteração dos textos, e dos fortes debates em torno da fé cristã: a mensagem do Evangelho foi deturpada pelos cristãos dos séculos I em diante, cristãos esses que, diferente dos primeiros cristãos, não eram judeus, e não entendiam o ambiente judaico da época do início do cristianismo, sobretudo, não viam que o Yeshua'ah("Jesus") era um judeu, praticante, e se via como judeu. Ele não entenderia os feitos que seus seguidores cometeriam contra seu povo.

Não foi a mensagem que ele deixou, mas foi o que seus seguidores definiram em Concílios nos séculos subsequentes. ​ Qual será o cristianismo do Século XXII? Qual será o nome da sociedade? Diante das várias faces do cristianismo, tenta-se propor um "Cristianismo Descomplicado",5 que, se complica cada vez mais.

O cristianismo assumirá sua condição de TRANSVIADO, pois, não se sustentou na fé, ética e moral em todas a eras.

Nota

1. CARROLL, James. A Espada de Constantino: a Igreja Católica e os Judeus. Editora Manole-2002.

2. Cf. BLANEY, Geoffrey. Uma breve História do Cristianismo: 2012

3. Mais tarde, Piotr Alexeyevich Kropotkin desenvolve a vertente comunista do anarquismo(Comunismo Libertário ou AnarcoComunismo), enquanto Nestor Makhno tenta implantar o anarquismo em plena revolução russa na Ucrânia, com apoio de várias comunidades camponesas, mas que acabam massacradas pelos revolucionários leninistas e trotskistas.

4. NEVES, J.Alessandro. O que fizeram com a Bíblia? Editora Autografia, 2015, RJ/Brasil

5. NICODEMUS, Augustus. Cristianismo Descomplicado: Questões Difíceis da Vida Cristã de Um Jeito Fácil de EntenderMundo Cristão, 2017, Brasil.

Jose A Neves, bacharel em teologia, pós graduado em teologia e direitos humanos, estudante de direito, pós graduado em ciencias políticas, mestrando em filosofia, escritor, ensaísta, é conservador, crítico textual e especialista em exegese do AT e NT, formado no curso avançado de hebraico e grego , pelo Insituto Professor Moshé Gitlin-RJ, 2007, por relevantes projetos em prol da educação e causa acadêmica, recebeu do Conselho de Pastores Teólogos e Oficias Evangélicos do Brasil e Exterior-CPEBE, com o Título de Doutor Honoris Causa em Filosofia Política e Teoria do Estado.

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