Individualidade mascarada
- Jose A. Neves Aquino
- 24 de dez. de 2019
- 3 min de leitura
Se me achar devolva-me, por favor, eu sou dono de mim.
O maior desafio do homem é conseguir superar as barreiras na convivência social.

Se com as compatibilidades , afinidades, gostos e reciprocidade de sentimentos nós vivemos como se fossemos estranhos, de países diferentes ou mesmo de outro planeta, imagine com as diferenças?
O mundo não é estranho.
Somos uma imagem subjetiva, suscetível à múltiplas interpretações. Damos sentidos e significações a imagem estereotipada, como se ela fosse o que aquilo que acreditamos realmente ser. Toda imagem tem um Eu ser. o que projeta-se é apenas a persona que encobre este Eu verdadeiro.
Estranho é o ser humano na decomposição de sua individualidade quando inserido na convivência social. Estranheza essa que se percebe na facticidade histórica quando tomamos consciência de ser e existir. Na família. Somos moldados segundos a tradição de nossos pais que não é a tradição de nossos antecipados.
Somos engessado segundos os moldes de uma sociedade que destrói toda essência humana obrigado-nos a vestir uma marcará que não muda o ser , apenas escraviza. Instituições que deterioram a ser. Religiões. Crenças, teologias, máximas, mitos e lendas, estória e histórias introjetadas sob coação em si mesma. Homem é forçado a pensar segundos os moldes das instituições. Deixa de ser, perde a visão de seu mundo e do mundo seu.
Se me achar devolva-me eu sou dono de mim.
Ao homem não é permitido pensar. Pensar exercita o cérebro, descortina novos horizontes e desperta o juízo subjugado pelas utopias e mesmices dos padrões. Rejeitar ideia, se colocar entre dois extremos que se opõem não é neutralidade. Neutralidade é a indiferença, é reconhecer os opostos e colocar-se entre. Neutralidade é razoabilizar sobre os pontos e tentar convergi-los considerando o que cada um tem de positivo e negativo.
Se me achar devolva-me eu sou dono de mim.
Insisto em dizer que , o mal do século é a celeridade do agir sem pensar. O mundo é discurso, tudo a nossa volta é discurso, mas só pode ser interpretado por quem pensa. Multidões atraídas por discursos. Todo discurso oculta um EU, mas mesmo assim, o que importa é a primeira impressão.
Bancos, Comércios, rádios, tvs, sites, páginas sociais, partidos políticos, religiões, profissionais liberais, todos os dias anunciam que o que oferecem é importante para nós. O que diferencia entre eles é apenas a forma do discurso, mas o meio é o mesmo. Retórica. Todas com o mesmo objetivo. Persuadir o sujeito para aceitar o objeto de seu discurso. Concreto ou abstrato , o produto precisa ser aderido, acatado.
Mal do século é a síndrome do pensamento acelerado. Tente pensar!
Eu não quero te convencer, mas fazer-te pensar, e, isso é dialética, já que, ainda que tal se dê numa espécie de monólogo, é dialético. Então, poder-se-ia dizer retórica pura, uma vez que consegui o meu objetivo.
O que eu compartilho é que, todos querem impor uma agenda , com o avanço tecnológico isso se dá em fração de segundos, porque todos querem impor uma única forma de pensar, não permitir que se descortine novos horizontes do saber, supressão da realidade por delírios, fantasias, crenças e teologias lançam o homem para o deserto interior fazendo com que crie a sua miragem de mundo ideal , fluxo e influxo do que introjetou no cordel cerebral.
Quanto a mim, eu escolhi a contra mão, a neutralidade. Neutralidade não é deixar de pensar sobre os extremos, tampouco, contemplatividade dos pólos, mas não se inclinar a um. Absorção do que há de razoável em ambos. Eu prefiro está no centro e receber a cargas dos dois extremos.
Se me achar devolva-me eu sou dono de mim.
Jose Alessandro das Neves Aquino
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